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Painel de 7,40 m de largura e 1,60 m de altura

Do Capitalismo Industrial ao Capitalismo Cognitivo

Exibido no SESC Ribeirão Preto no período entre março e abril de 2010 | Painel impresso em lona

Do Capitalismo Industrial ao Capitalismo Cognitivo

Autores

FRANCISCO ARLINDO ALVES é mestre em design. Tem exibido trabalhos de arte e tecnologia em exposições como o Media Art Friesland (Holanda), a WEB3DART no Web3D Symposium (Inglaterra) e o FILE - Electronic Language International Festival (São Paulo).
RODRIGO SILVEIRA é designer gráfico. Foi premiado na Bienal de Design Gráfico e Prêmio Abril de Jornalismo e teve trabalhos publicados em coletâneas das editoras alemãs Taschen e Die Gestalten. É um dos criadores do coletivo Instituto.
Do Capitalismo Industrial ao Capitalismo Cognitivo

Conceito

Conforme propõe a teoria da Gestalt, a percepção dos indivíduos capta primeiramente o todo e depois o conjunto das partes que o compõem. Buscando atuar nesses diferentes níveis de percepção dos observadores, o trabalho descreve imageticamente algumas conceituações sobre as mudanças no processo produtivo, que têm sido descritas por autores como Giuseppe Cocco, Gilvan Vilarim (2009)* e Antonio Negri (2004)** que consistem numa passagem de um capitalismo industrial para um capitalismo cognitivo.
Concebido digitalmente, o painel é impresso numa estrutura de 1,60 metros de altura e 7,40 de largura. É composto por duas grandes imagens que representam aspectos das concepções relatadas acima. Com a utilização da técnica halftone, estas imagens são decompostas em uma infinidade de pontos. A técnica possibilita que os diferentes tamanhos e espaçamentos entre os pontos produzam uma ilusão ótica num indivíduo posicionado a uma determinada distância, o que gera a percepção de diferentes níveis de cinza ou de uma determinada cor.
No trabalho, os pontos que resultam desta decomposição são substituídos por uma diversidade de ícones. Segundo Santaella (2004)***, a luz da teoria de Pierce, o ícone seria “[...] um signo que significa seu objeto porque, de alguma maneira, assemelha-se a ele [...]”.
Além de significarem seus próprios objetos, os ícones neste trabalho, por meio de variados tipos de interconexões e configurações, formam uma representação visual que atribui significação à imagem como um todo.
Do Capitalismo Industrial ao Capitalismo Cognitivo - Detalhe

Intenção / Objetivo

O trabalho tem como ponto de partida a mudança nos processos produtivos descrita no artigo “Trabalho imaterial e produção de software no capitalismo cognitivo” Giuseppe Cocco e Gilvan de Oliveira Vilarim* e no livro “5 lições sobre Império” de Antonio Negri**.
Buscou-se descrever imageticamente alguns aspectos do que se percebe como uma reorganização do mundo produtivo, que gradativamente vai sendo menos baseado em esforços musculares repetitivos e especializados programados num tempo de trabalho planejado, enquanto se torna maior a dependência da captação do valor de elementos inovadores de atividades cognitivo-produtivas que emergem da socialização de indivíduos nas redes (trabalho imaterial) e que se dão num “tempo de trabalho” e “tempo de vida” que se confundem.
REFERÊNCIAS:
*COCCO, Giuseppe; VILARIM, Gilvan de Oliveira. Trabalho imaterial e produção de software no capitalismo cognitivo. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 173-190, set. 2009.
** NEGRI, Antonio. Cinco lições sobre império. Tradução: Alba Olmi. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
*** SANTAELLA, Lucia. O papel da iconicidade da língua na literatura. In SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 7, n. 14, p. 128-136, 1º sem. 2004